Urinálise II

A urinálise é um exame simples e não invasivo de grande importância para avaliar a função do trato urinário e outros distúrbios sistêmicos. Por ser o resultado do metabolismo do organismo, a urina é capaz de responder perguntas importantes e avaliar condições endócrinas, hepáticas, cardíacas e ósseas.

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O exame é dividido em três partes: análise física, análise química e análise microscópica ou sedimentoscopia.

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ANÁLISE FÍSICA

Avaliação de volume, odor, cor, aspecto e determinação da densidade. Normalmente a coloração da urina de cães e gatos é amarela e seu aspecto é límpido. O volume ideal para análise é de no mínimo 10 mL. A densidade urinária reflete a concentração da amostra e deve ser interpretada juntamente com o estado de hidratação do paciente e outros exames laboratoriais.

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As principais colorações observadas na urina são amarelo palha (indica que a urina está diluída e a densidade está baixa), amarelo citrino (indica que o paciente está saudável), amarelo ouro (indica urina concentrada e com alta densidade), alaranjada ou âmbar (indica presença de bilirrubinúria ou impregnação por bilirrubina), avermelhada (indica presença de hematúria, hemoglobinúria ou mioglobinúria) e azul-esverdeada (presença de azul de metileno, componente de antissépticos urinários).

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ANÁLISE QUÍMICA

Detecção e mensuração da concentração de várias substâncias na urina.Esta etapa é realizada com tira química própria para avaliação e detecta a presença de sangue oculto (hemoglobina), bilirrubina, urobilinogênio, cálcio, nitrito, glicose, proteína, ácido ascórbico e corpos cetônicos, além de determinar o pH da amostra (que deve variar entre 5,5 e 7,5).

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Hemoglobina: indica hematúria ou hemoglobinúria.

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Bilirrubina: não deve haver qualquer quantidade detectável. Se estiver presente, pode indicar doenças hepáticas ou obstrução biliar, associadas ou não a disfunção renal.

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Urobilinogênio: seu aumento indica hepatopatias e icterícias hemlíticas. A diminuição, por outro lado, pode indicar obstrução parcial ou total das vias biliares, diminuição da obstrução intestinal e nefrites.

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Cálcio: valores aumentados podem indicar nefropatias avançadas, alterações hormonais, digestivas e ósseas. Valores diminutos são observados em casos de doenças renais crônicas, deficiências nutricionais e alterações hormonais.

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Nitrito: assim como a bilirrubina, deve estar ausente em uma amostra de um paciente saudável. Sua detecção pode indicar bactenúria.

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Glicose: deve-se utilizar fitas específicas para a glicose. Sua alteração pode indicar estresse, diabetes, pancreatite, insuficiência renal aguda, hiperadrenocorticismo e lesões nos túbulos contornados proximiais.

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Proteína: sua presença pode indicar problemas de origem pré-renal, renal ou pós-renal. Esforço muscular, estresse e uso de medicamentos também podem causar alteração nesse parâmetro.

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Ácido ascórbico: em alta concentração, pode alterar os resultados da glicose, hemoglobina, bilirrubina e nitrito. Caso seja detectado, outros métodos devem ser utilizados na análise dos demais parâmetros.

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Corpos cetônicos: em um paciente saudável, deve estar ausente ou apresentar traços. Quando presente, indica problemas com a ingestão ou metabolização de carboidratos e gorduras.

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ANÁLISE MICROSCÓPICA (SEDIMENTOSCOPIA)

Detecção de alterações que podem passar despercebidas na etapa de análise físico, como presença de células epiteliais, cristais, ovos de parasitos, leucócitos, cilindros e microrganismos.

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Células epiteliais: valores aumentados podem indicar cistite, neoplasias ou inflamações diversas.

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Cristais: ocorrem, em geral, combinadas com alterações de pH. Urinas ácidas podem favorecer a precipitação de oxalato de cálcio e urinas alcalinas, fosfato amoníaco magnesiano.

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Leucócitos: valores elevados podem indicar processos inflamatórios, distúrbios de coagulação ou urólitos.

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Cilindros: valores elevados indicam lesão tubular, e podem ser associados a proteinúria, inflamação renal e hemorragias.

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Microrganismos: amostras coletadas por micção natural podem apresentar uma pequena quantidade devido à contaminação no trato urinário. No mais, sua presença é indicativa de infecção.

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É importante ressaltar que exames complementares devem ser avaliados para a conclusão do diagnóstico, assim como no acompanhamento do paciente.

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